08 dezembro 2009

No terraço



O que há com aquele coqueiro?
Estreito, fino, tão cheio de vida,
Continua ali, no mesmo lugar,
Terra sem nome, de anelo desprovida;
Inda que os frutos lhe nasçam,
Ninguém os provou. É garantida
Sua permanência, talvez pense,
Num insucesso sem medida.

A manhã e a tarde passam, vem a noite.
A aurora é aguardada com esperança.
O solo é seco, não há chuvas,
Foge-se-lhe um estado de abastança.
A Lua Branca perscruta-lhe as palmas,
Sua luz é carregada de nuança.
O vento frio enregela-lhe o tronco,
Leva embora sua outrora pujança.

2002

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