Ela risca um fósforo. Suspira docemente. Olha na direção do corpo: sorri de um jeito engraçado, aliviada, feliz talvez, sem remorso. Atira a pequena chama no piso encharcado, fecha os olhos, pensa no infinito, sabe que tudo irá consumir-se em minutos. Encerra sua curta carreira como viúva negra de maneira tragicamente poética.
César dos Anjos
Escritor e Empreendedor Cultural