27 fevereiro 2010

Poema do Absurdo

Foto: César dos Anjos

é o que desejo
na existência
e o que almejo
com prudência:

liquidificar minhas dores
centrifugar minhas feridas
cozinhar meus favores
alimentar minhas vidas

sábios não são aqueles que riram-se
dos mais humildes, mansos e meigos
que mostram hieróglifos aos leigos
e eles de sua grandeza admiram-se

na minha escuridão
vi tua beleza
onde o silêncio
nunca é silencioso

estaria abusando
do seu amor
minha bondade?
ou exagerando
seu favor
com minha vontade?

Pois somos errantes
em uma terra estranha...

06 maio 1998

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