27 fevereiro 2010

ao poeta haroldo de campos



a folha não cai - arrepia
em hora tranquila - parada
pactua seu fim sem fracasso
com o ar gentil simetria
ilude o silêncio - mais nada

conquista um espaço

desiste do solo - da morte
do húmus - atroz moradia
prefere nadar pra o norte
num rio de tristeza tardia
a um mar estéril - escasso

tão leve corrente
em seu leito conduz
pequena folhinha dormente
transporta sua cruz
submissa - e - contente

terrível mormaço

um clarão - sol a pino
na água não seca
só quer alcançar sua meca
cumprir seu destino
naquele oceano atlantino



26 jan 1999

Um comentário:

  1. Seus poemas são lindíssimos!!! Parabéns pelo poeta tão maravilhoso que você é.

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