20 março 2010

Dúvidas




a escuridão mata
a luz também
a morte maltrata
a vida também

entre sonhos
e mudanças
entre ricas
esperanças

me ausentei

na noite
no fogo
não fujo
do jogo

marca impressa
em papel
em jornal
não interessa

me marcam
tuas dores
me atacam
teus amores

e tuas feridas
também
e além

e as matilhas
caçam
disfarçam

dispersam
as presas
ameaçam
certezas

inteiras

se mudam
não vejo
transmutam
o desejo

as trevas
maltratam
a claridade

os mortos
despertam
curiosidade

a
vida
também


16 mar 2010 - 19h43min

[Poema apresentado no sarau literário "Quartas às Quatro", na UBE-PE, em 17/03/2010. Será incluído no livro VERSOS CAÓTICOS, do mesmo autor]

16 março 2010

Concurso Literário


Está em andamento um projeto para a realização de um concurso de contos entre a comunidade Mórmon lusófona.
É uma oportunidade fantástica para os Santos dos Últimos Dias que moram em países de Língua Portuguesa participarem, assim como a possibilidade de terem suas obras divulgadas mundialmente.
O idealizador do projeto é Kent Larsen, palestrante e conferencista que trabalha junto à indústria livreira.

Mais informações na comunidade:

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=98381198

Também no blog:

http://informormon.blogspot.com/

12 março 2010

O último suspiro do Samurai


Abrindo uma exceção nas minhas publicações, resolvi postar um microconto, aliás excelente microconto, escrito por um de meus sobrinhos. Me sinto feliz por tê-lo incentivado e por ver o resultado de seu esforço pessoal para desenvolver a arte literária. Este microconto descreve o ritual suicida praticado por guerreiros samurais desde tempos imemoriais, conhecido pelo termo formal de Seppuku.


"O último poema, o último gole de sakê. Sacou sua espada, ajoelhado ali ficou. Harakiri, ao encontro de sua amada."
Giulio Caetano Pires de Sá

09 março 2010

Cachos Dourados



voam dourados cachos
soltos sem direção
ou mãos que os afaguem
voam brilhando
cruzando a luz

voam dourados cachos
o vento lança-os
na esfera do ar
ciclonizam e
rodopiam no chão

voam dourados cachos
a tarde é de chuva
os cachos molhados
são orvalho e perfume
poesia e canção

os cachos dourados


07 jan 2000

07 março 2010

08 de março - Dia Internacional da Mulher


Para ler minha homenagem às Mulheres, clique no título da crônica acima: O MISTÉRIO.
_________________________________________

03 março 2010

Eu Junto

Tudo menos
Longe do Rio
Ela apareceu
E sonhou

Um sonho em visão
Calor e chuva
Em clima de verão

Eu sumi
E assumi o controle
Em cima da noite
Antes da morte

Não há fatos
Não há certeza
Só há razão

Eu sei falar
Eu sei sorrir
Sinto
Só não sei nadar

Sonhadores
Você e Eu
Junto ao mar

Nada mais


15 ago 2009 - 01h07min

___________________________________

Anexo

Entre calos
e topadas
continuamos
a caminhar...

16 ago 2009 - 18h45min

[Poemas incluídos no livro VERSOS CAÓTICOS, a ser lançado]

As Doze Chaves da Lua

Foto: NASA

o grande mar vociferava maçãs
terceirizava a pessoa do amor
enquanto dezoito senhoras sem cor
caminhavam entre duas manhãs

uma jaula não encobre pecados
o futuro presencia o que passou
fora do tempo a mulher lhe enviou
uma mensagem cheia de cuidados

sua memória tornara-o louco
sua força ninguém contestou
na insanidade que danos causou

seu fim qualquer lhe aprouvera
na infância que o sonho lhe dera
lembranças distantes - tão pouco!


05 Out 1999 - 14h19min

01 março 2010

O Arbítrio



o homem é social
na sua dissociabilidade

o homem é racional
na sua irracionalidade

que me resta? o que sou?
eu sou a sombra de um animal
sem alguém e sem vontade

04 Nov 1999 - 19h54min

[Crônica]




Quando o Amanhã nasce, torna-se o Hoje, assim como o feto que sai do ventre da mãe para tornar-se alma vivente. E quando passa, ele não morre, mas transforma-se em perene recordação dentro de nós mesmos.

O nosso Tempo é agora, o dos mortos já passou. Sendo que coabitamos um mundo, em esferas diferentes: a nossa esfera é agradável e bela, mas perecível; a dos nossos antepassados é mais espiritualmente elevada, é sublime e paradisíaca. É para onde iremos ao limiar da Vida, na plenitude da nossa justiça.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

A Noite nada mais é do que a esperança da Aurora; e a Madrugada tanto anseia por Luz, que a recebe gradativamente do Sol - seu provedor - até preencher-se de sua agradável recompensa: o Dia.

Seja ele quente ou frio, consumido por um calor intenso ou preenchido por gélida neblina, o Dia é quase sempre aguardado com a ansiedade de que, junto com ele, traga-nos a renovação do corpo e da mente e de nossas esperanças.

Pois aqueles que acreditam no poder condescendente do Altíssimo podem, seguramente, esperar por um mundo melhor a cada manhã. E essa esperança é uma âncora segura para a alma dos homens, tornando-os constantes e firmes - mesmo diante dos vagalhões que os açoitam em meio às piores tempestades - e fazendo com que modifiquem o seu interior, assim como o ambiente ao seu redor.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

Os Caminhos do Mundo



o silêncio absurdo dos momentos
que passamos num inverno
são como horas e dias semestrais
em montanhas de gelo eterno

perpétuo domiciliado no arrependimento
e preso aos grilhões da apatia social
imantava-se à superfície de seu quarto
emanando negativa energia auroreal

não sobraram mais que duas fatias
e uma centelha de humildade
o resto é cinza sobre flores úmidas
com seis grãos de verdade:

a violência me revolta;
a fome entristece-me;
o imoral causa-me repúgnio;
o egoísmo traz altivez;
a vaidade ensoberbece(-me);
a tirania oprime a liberdade.

14 e 17/jul/1999
____________________________________



Não há qualquer coisa debaixo do Sol
e nada que seja oculto à Lua Branca.

Os mistérios serão revelados
os segredos serão traduzidos
e o póstumo enigma desvendado.

Tudo será conhecido
e o homem obterá as respostas,

satisfazendo sua alma
sedenta de conhecimento
e faminta de entendimento elevado.

Pois não há limites para o espírito humano.